1703 - 1758

"...Quando é feita uma distinção entre a vontade de Deus revelada e sua vontade secreta, ou sua vontade de comando e decreto, esta distinção deve ser certamente tomada em dois sentidos. Sua vontade de decreto, não é a sua vontade no mesmo sentido em que a Sua vontade de comando é. Portanto, não é nenhuma dificuldade supor que uma é diferente da outra; sua vontade, em ambos os sentidos é a sua inclinação. Mas quando dizemos que Ele deseja a virtude, ou ama a virtude, ou a felicidade de sua criatura; assim, pretende-se dizer que, a virtude, ou a felicidade da criatura, considerada absoluta e simplesmente, é agradável para a inclinação de Sua natureza. Sua vontade de decreto é a sua inclinação para uma coisa, não como a coisa em si absoluta e simplesmente, mas com respeito à universalidade das coisas que foram, são ou serão. Assim, Deus, embora odeie uma coisa como ela é simplesmente, pode inclinar-se a ela com referência à universalidade das coisas. Embora Ele odeie o pecado em si mesmo, Ele pode desejar permiti-lo para a maior promoção da santidade nesta universalidade, incluindo todas as coisas e em todos os tempos. Assim, embora Ele não tenha inclinação para a miséria de uma criatura, considerando-a absolutamente, Ele ainda pode desejá-la para a maior promoção da felicidade nesta universalidade. Deus se inclina para excelência, que é harmonia, mas ainda assim Ele pode inclinar-Se a suportar o que é desarmonioso em si mesmo para a promoção da harmonia universal, ou para a promoção da harmonia que há na universalidade e fazê-la brilhar com mais intensidade. E, assim, é necessário que seja, e não há hipótese alguma que tire a responsabilidade do homem, mas ele deve reconhecer essas duas vontades de Deus."...

Jonathan Edwards - Concerning the Divine Decrees in General, and Election in Particular (The Works of Jonathan Edwards, vol. 2)

Tradução: Joelson Galvão

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