1834 — 1892

"...'Então, para que serve a lei?' Serve para este propósito, como dizia Lutero, o propósito de um martelo. Lutero, como vocês sabem, foi muito enérgico acerca do tema da lei. Ele disse: 'Se alguém não é um assassino, nem um adúltero, nem um ladrão, e se refreia externamente do pecado, como o fariseu que é mencionado no Evangelho o fazia, essa pessoa juraria que é justa, e, portanto, conceberia uma opinião de sua justiça e presumiria suas boas obras e seus méritos. A tais pessoas Deus não pode abrandar nem humilhar de nenhuma outra maneira para que possam reconhecer sua miséria e sua condenação, senão somente por meio da lei; porque esse é o martelo da morte, o trono do inferno e o raio da ira de Deus, que pulveriza aos hipócritas insensíveis e obstinados. Porque, enquanto habitar no homem a opinião de justiça, habitará nele também o orgulho incompreensível, a presunção, a segurança, o ódio para com Deus, o desprezo à Sua graça e à Sua misericórdia, a ignorância das promessas e de Cristo. A pregação da livre remissão de pecados por meio de Jesus Cristo não pode entrar no coração de alguém assim, tampouco pode experimentar nenhum sabor nem aroma a respeito, pois essa poderosa rocha e essa muralha diamantada, ou seja, seu conceito de justiça com a qual se reveste o coração, o impede. Portanto, a lei é esse martelo, esse fogo, esse vento grande e poderoso, e esse terrível terremoto que parte as montanhas, e quebra as rochas (1 Reis 19:11,12,13), ou seja, os hipócritas obstinados e orgulhosos. Elias, não podendo resistir estes terrores da lei, que são representados por estas coisas, cobriu seu rosto com seu manto. Contudo, quando cessou a tempestade a que Elias havia presenciado, se escutou uma brisa suave e delicada na qual estava o Senhor; mas foi necessário que a tempestade de fogo, de vento, e o terremoto passassem, antes que o Senhor se revelasse nessa brisa suave.'"...

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